6 sucessos e 4 fracassos da Samsung nos celulares de última geração

Tecnologias para fotografia otimizada e maior tempo de atualização integram o campo de tendências em alta, enquanto rede 4G e Bixby perdem força nos celulares

Por Isabele Scavassa (colaboração) e Thássius Veloso (edição)

 


universo de celulares é constantemente contemplado por novidades, sejam elas em termos de recursos ou de design. Assim, é comum que tendências surjam e desapareçam ao longo dos lançamentos. A Samsung, uma das líderes no setor de smartphones, é uma das fabricantes que investem em novas apostas frequentemente, mas também não deixa de descartar tecnologias que não se encaixam em seus novos dispositivos.

A exemplo disso, é possível mencionar o Nightography, função de fotografia noturna recentemente anunciada para alguns telefones Galaxy. Ela contrasta com a abertura de câmera variável, que foi lançada em 2018, com o Galaxy S9, e hoje já não integra mais a dinâmica dos celulares vendidos. Veja essas e outras apostas e abandonos da Samsung de forma detalhada nas linhas a seguir.

🔎 Galaxy S24: Samsung pode voltar com chip Exynos e adotar RAM de 16 GB

Galaxy S23 Ultra reúne apostas recentes da fabricante  — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Galaxy S23 Ultra reúne apostas recentes da fabricante — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

👉 Celular Samsung caiu e a tela ficou preta. O que fazer? Veja no Fórum TechTudo

APOSTAS DA SAMSUNG

1. Nightography

Uma das apostas recentes da Samsung é o Nightography, que surgiu com o Galaxy S22, no ano passado. O objetivo deste recurso é conferir ao conjunto fotográfico traseiro uma tecnologia capaz de otimizar fotos em locais com baixa luminosidade. Neste ano, com o lançamento do Galaxy S23, a funcionalidade foi ampliada para as lentes frontais e agora pode ser aplicada em fotos com o Modo Retrato, por exemplo.

Recurso pode ajudar em fotos noturnas ou em locais com pouca luminosidade — Foto: Reprodução/ Samsung
Recurso pode ajudar em fotos noturnas ou em locais com pouca luminosidade — Foto: Reprodução/ Samsung

O uso do Nightography pode, inclusive, servir como uma alternativa aos cliques com flash, que costumam entregar fotos com brilho em excesso em algumas condições. A Inteligência Artificial (IA) também está presente na dinâmica do recurso e contribui para reunir vários quadros para obter uma imagem mais clara.

2. Telas dobráveis

Outra tendência aderida pela gigante sul-coreana ainda em 2019 foi a tela dobrável, modalidade inaugurada pelo Galaxy Z Fold e pelo Galaxy Z Flip. Assim que desembarcaram no mercado, os modelos atingiram sucesso de vendas e, hoje, a Samsung domina o setor. De lá para cá, já foram anunciados mais três sucessores nas linhas Flip e Fold, com expectativas em alta para o próximo lançamento.

Galaxy Z Fold 4 e Galaxy Z Flip 4 são os dobráveis mais recentes da Samsung até o momento — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Galaxy Z Fold 4 e Galaxy Z Flip 4 são os dobráveis mais recentes da Samsung até o momento — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Para alguns, o vinco na tela pode soar como um ponto negativo, como é o caso de Martin Cooper, o “pai” do celular. No entanto, a fabricante tem trabalhado cada vez mais para garantir longevidade aos smartphones dobráveis, inclusive por meio de uma dobradiça em formato de gota que promete suavizar a dobra e viabilizar proteção contra água e poeira.

Galaxy Z Flip 4: 7 fatos sobre o novo celular dobrável da Samsung

3. Baterias eficientes

A otimização da bateria tem sido uma aposta comum entre as fabricantes, não apenas da Samsung. Por outro lado, a empresa de eletrônicos tem lançado algumas novidades de destaque, como é o caso de parte dos integrantes da linha Galaxy M, vendidos com baterias de 6.000 mAh de capacidade – cerca de 1.000 mAh a mais do que a maioria dos concorrentes da categoria intermediária.

Celulares atuais da Samsung investem em capacidade de bateria competitiva — Foto: Divulgação/Samsung

Além de miliamperes notáveis, a fabricante também busca elaborar o uso eficiente da bateria, inclusive com a ajuda da IA para desenvolver a tarefa. O esforço pode ser encontrado em telefones mais recentes, como nos representantes da linha Galaxy S23, que tiveram seu desempenho energético otimizado.

4. Construção de ponta para aparelhos durarem mais

A construção do celular é um aspecto relevante na hora de escolher o modelo, principalmente para consumidores que buscam opções resistentes. Estima-se que os telefones durem entre dois e quatro anos e, neste caso, a composição é um dos fatores determinantes para prolongar a vida útil do aparelho.

Smartphones resistentes à água são cada vez mais comuns no mercado — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Existem dois recursos utilizados pela Samsung que podem contribuir para esse requisito, que são a certificação de proteção contra água e poeira e a resistência a arranhões. O revestimento à prova de líquidos tem algumas restrições e tendem a variar entre aparelhos, mas geralmente protegem o smartphone de contatos com água doce por até 30 minutos.

No caso de quedas e arranhões, quem faz a blindagem é a empresa Corning, que produz vidros mais resistentes, popularmente conhecidos como Gorilla Glass. Ainda assim, é preciso evitar tombos, exposições a materiais pontiagudos e sobreposição de peso na tela, já que o material tem uma certa limitação.

5. Política de atualizações mais generosa

Além da resistência física, outro aspecto que pode contribuir para a longevidade do celular é o tempo de atualização garantido pela fabricante. No universo da Apple, o suporte prolongado aos iPhones é bastante comum, podendo durar entre cinco e oito anos. Já no caso do Android, as empresas que se destacam neste sentido são o Google, a Samsung e a Nokia.

Política de atualização da empresa confere até cinco anos de atualizações para smartphones — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Em 2022, a empresa sul-coreana se comprometeu em garantir até quatro updates de sistema para seus dispositivos das linhas Galaxy A, Galaxy S e Galaxy Z, além de outros aparelhos, como tablets e wearables. Isso deve contribuir para que usuários consigam passar mais tempo com seus eletrônicos sem enfrentar percalços com o software.

Não apenas o upgrade no sistema foi abarcado pela decisão da Samsung, mas também o envio de pacotes de segurança, que teve a cobertura ampliada para cinco anos. A medida garante que os aparelhos tenham a segurança reforçada, visto que os patches periódicos buscam consertar brechas e bugs que podem podem expor dados e vulnerabilidades dos celulares.

6. Recursos premium na linha A

A linha Galaxy A é conhecida por comercializar aparelhos acessíveis. Apesar das cifras mais em conta, o design e os recursos têm se aproximado cada vez mais da família premium Galaxy S. A exemplo disso, é possível citar os lançamentos de março, representados pelo Galaxy A34 e Galaxy A54, que trouxeram uma construção bastante semelhante a do telefone de ponta anunciado no começo do ano.

Design do Galaxy A34 repete aspectos da linha Galaxy S — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Entre os recursos elaborados observados na linha mais básica, estão a tela de 120 Hz, que permite uma exibição fluida e sem rastros, internet 5G e proteção contra água e poeira, característica anteriormente restrita a aparelhos mais caros. Quanto às câmeras, é possível ver uma popularização das lentes de 50 MP e, em modelos como o A73, os consumidores encontrarão um sensor de 108 MP – o que pode chamar a atenção pelo custo-benefício.

BAIXOS DA SAMSUNG:

1. Fim do Galaxy Note

Os celulares Galaxy Note vão em direção oposta às tendências atuais da Samsung, já que a última atualização da família foi lançada em 2020. Em 2021, a empresa comunicou que não haveria um novo modelo e, em 2022, o principal executivo da área de dispositivos móveis, TM Roh, confirmou a suspensão da linha.

Galaxy Note 20 foi o último modelo lançado antes da suspensão da linha — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

A decisão se deve ao fato da gigante sul-coreana querer redirecionar sua produção e priorizar as linhas Galaxy S e Galaxy Z. Assim, o calendário de lançamentos ficaria dividido em duas etapas, com foco nos dispositivos de ponta, no começo do ano, e nos dobráveis, no segundo semestre.

Com a extinção do Galaxy Note, algumas de suas características foram realocadas em outros aparelhos. O suporte à caneta S Pen, por exemplo, foi aplicado ao Galaxy S21 Ultra e mantido nas gerações subsequentes. Além de poder usar o acessório, os telefones da gama mais cara também aderiram ao design quadrado da linha suspendida.

2. Bixby deixada de lado

A assistente virtual Bixby é uma aposta da Samsung criada para otimizar tarefas do dia a dia por meio de comandos de voz. Anunciada em 2017, a tecnologia pode ajudar a aumentar ou diminuir o volume do celular, traduzir textos, controlar dispositivos inteligentes e mais. Apesar de ter se engajado em oferecer uma ajudante tão eficaz quanto a Siri, presente no celular rival, a empresa trombou com outro concorrente, o Google Assistente.

Bixby no celular Samsung — Foto: Rômulo Diego Moreira/TechTudo

A assistente criada pela gigante das pesquisas amplia as possibilidades de comando, dessa vez com respostas mais personalizadas e assertivas. Isso fez com que a marca de celulares repensasse o investimento em sua própria tecnologia e aderisse à funcionalidade presente nos demais dispositivos Android.

3. Câmera de abertura variável

O recurso de lente de abertura dupla recebeu um destaque significativo da Samsung, sobretudo no lançamento da linha Galaxy S9, em 2018. De maneira resumida, a ferramenta permitia que sensores de f/1.5 ampliassem a abertura focal para f/2.4 quando fosse necessário. A variação interferia diretamente no controle da quantidade de luz recebida pelo sensor – o que otimizaria os cliques em locais com alta e baixa luminosidade.

Galaxy S9 inaugurou a função de abertura focal ajustável — Foto: Thássius Veloso/TechTudo

Depois de implementar a função no S9, a empresa repetiu a receita no Galaxy S10, mas já na geração seguinte, no Galaxy S20, a tecnologia desapareceu. Desde então, os telefones voltaram a aderir à abertura de foco fixa e priorizaram outras ferramentas que também contribuíram para registros de qualidade.

4. Versões com 4G

Desde a liberação do 5G, em 2019, na Coréia do Sul, as fabricantes têm investido em aparelhos compatíveis com a tecnologia. É também o caso da Samsung, que está trabalhando para ampliar cada vez mais o acesso ao serviço de internet que promete ser até 50 vezes mais rápido que o 4G. Em contrapartida, o 4G tem perdido a liderança nas fichas técnicas, o que não significa uma desvantagem, embora seja uma tendência em queda.

Lançamentos têm priorizado o 5G na ficha técnica — Foto: Divulgação/Samsung

O empenho da marca em garantir navegação pela rede atual pode ser visto em vários aparelhos lançados nos últimos meses, tanto em linhas mais básicas quanto em topos de linha. A expectativa é que o acesso à internet de quinta geração se popularize cada vez mais e seja viabilizado em dispositivos simples, intermediários ou de ponta.

Com informações da Samsung (1/2/3/4/5)

Leia mais